Caixa Prego |cs274

 

 

 

 

 

 

 

 

To co-create improvised music that is not only coherent, but that is also captivating and beautiful, remains an amazing thing of magic. And here we can listen to this musical magic from a PORTUGUESE trio that deserves wider attention : Joana Guerra plays cello, Ricardo Ribeiro bass and soprano clarinets, and Carlos Godinho objects (wooden boxes, plates, a bicycle bell, balloons, billiard balls and sticks).

Their music is measured and open-ended. One instrument takes the lead, and when the others join they add color, depth and expand. As simple as that. Or not? The result is intimate and restless, calm and intense, familiar and unsettling, moving between odd sounds and sometimes repetitive phrases as the backbone for the piece, as on the haunting "Chapa 3", the centerpiece of the album.

The trio manages to create a very warm and surprising album, elegant and gentle but with strong character, less focused on individual sounds than it is on group exploration of atmosphere and texture, skilfully navigating between lyricism, silence and adventure. Stef (Free Jazz)

A estreia em disco da Bande à Part é uma belíssima surpresa, e inclusive para aqueles que antes tiveram oportunidade de os ouvir ao vivo. Joana Guerra (violoncelo), Ricardo Ribeiro (clarinetes soprano e baixo) e Carlos Godinho (objectos, mais concretamente caixas de madeira, pratos, balões, bolas de bilhar, campainha de bicicleta, etc.) apresentam-nos uma música de câmara improvisada cujas referências estão, muito claramente, na composição erudita do século XX para cá. E se momentos há em que somos remetidos para a não-linearidade de um Morton Feldman, com os sons a vogarem no ar, logo a seguir surge uma forma quase stravinskyana ou pequenos apontamentos individuais mais conotáveis com o pós-serialismo.
Ainda assim, e porque se trata de improvisação, a interacção de grupo é completamente aquela que encontramos na tendência a que Derek Bailey chamou «não-idiomática» e até no jazz criativo – o que significa um muito objectivo tipo de discurso e de intensidade. Intensidade, de facto, mesmo que as atmosferas criadas tenham uma aparência de serenidade. “Caixa-Prego” é um tratado sobre a energia, ou melhor, sobre as formas com que esta pode ser gerida e ministrada. Nesse empreendimento, o que ainda mais intriga é a elegância desta música nunca diluir o seu carácter orgânico. É como que uma Vénus de Milo esculpida com barro. Rui Eduardo Paes (Jazz.pt)