Live 2016 cs439

 

 

 

 

 

 

 

 

Se as tardes do MIA – Encontro de Música Improvisada de Atouguia da Baleia são preenchidas por actuações de grupos constituídos por sorteio, combinando de formas variadas os músicos que participam neste festival “sui generis” realizado anualmente, a meio de Maio, no concelho de Peniche, os fechos da noite realizam-se com concertos de ensembles que juntam todos os presentes. Com uma particularidade: a alguns desses músicos é dada a tarefa de conduzirem as formações alargadas segundo o mesmo princípio de quem toca: improvisando a direcção orquestral. A edição de 2016 terá sido aquela em que os princípios seguidos pelo Ensemble MIA (colectivo mutante que habitualmente se desdobra em seis, de modo a abarcar a totalidade do número de integrantes – 70 no ano passado) melhores resultados práticos tiveram, e daí a edição deste CD com os registos desses preciosos momentos.

Cada um dos seis temas incluídos tem, pois, o seu condutor, designadamente a violinista austríaca Mia Zabelka, o flautista alemão Mark Alban Lotz, o vibrafonista francês François Choiselat, o clarinetista britânico Noel Taylor, a pianista italiana Silvia Corda e o trombonista português Fernando Simões. As abordagens são bastante diferentes, indo desde os métodos do Soundpainting de Walter Thompson aplicados por Choiselat em “That Gestury Glossary” às intervenções minimais, reduzidas praticamente à gestão dos naipes de sopros, de Lotz em “A Kind of Pseudo-Lyrical Abyss”. Pelo meio estão a Conduction de Butch Morris aplicada por Taylor em “Sobriety”, talvez a mais determinística de todas não obstante a sinalética ser mais simples do que a de Thompson, e as direcções de Zabelka (“Tribal Exhilaraton”) e Corda (“Elegance and Intuition”), muito directas e orientadas sobretudo para a coordenação dos timbres. Já a intervenção dirigida por Simões (“The Rebellion of Fired Musicians”) tem um lugar à parte, pelo facto de comportar uma encenação e de seguir um conceito teatral e de efeito cómico, bem como por colocar uma interrogação crítica à própria ideia de improvisação com maestro, aquela da música sinfónica que sobrepõe a vontade de um indivíduo ao colectivo. Fernando Simões foi expulsando do palco quem não cumpria as suas indicações, gerando algum mal-estar enquanto não se compreendeu (nem os músicos que estavam no palco sabiam que era esse o jogo) que se tratava de um “gag”. No fim, só o baterista ficou. Mas o melhor estava para vir, e desta vez sem conhecimento do condutor: os improvisadores expulsos que tinham instrumentos portáteis aglomeraram-se no fundo da sala e, depois do último toque das baquetas, voltaram a tocar, para gargalhada geral da assistência e afirmação da sua liberdade. É assim que o disco termina, pondo-nos a pensar. REP (Jazz.pt)

Portugalska scena muzyki improwizowanej zdaj? si? specjalizowa? w du?ych sk?adach, zwinnie poruszaj?cych si? po oceanie swobodnej muzyki bez scenariusza. Ensemble MIA, to kolejny przyk?ad. Rejestracja z Festiwalu Encontro de Musica Improvisada de Atouguia de Baleia, z roku 2016. Aparat wykonawczy jest ogromny – ponad 60 muzyków, podzielonych na sze?? improwizuj?cych sk?adów, ka?dy z innym przewodnikiem/ dyrygentem. Nie b?dziemy ich wszystkich wymienia? (ka?dy z uczestników przedsi?wzi?cia pojawia si? na scenie maksymalnie dwukrotnie), zainteresowanych odsy?amy do sieci globalnej. Mo?e jedynie wska?my personalia kilku bli?szych nam muzyków, takich, jak Luiz Rocha, Alvaro Rosso, Sarah Claman, Miguel Mira, Karoline Leblanc, Bruno Parrinha, Jean-Marc Foussat, Mia Zabelka czy po raz kolejny goszcz?cy w tej zbiorówce Paulo Chagas.

Pierwsza historia, dyrygowana zwinnie w?a?nie przez Zabelk?, toczy si? w atmosferze elektroakustycznego rezonansu, z ciekaw? ekspozycj? instrumentów strunowych, a w dalszej cz??ci perkusjonalnych. Druga – pod przewodnictwem Marka Lotza – eksponuje d?ciaki na tle elektrycznych gitar, zawiera tak?e niebanalne preparacje piana i moc przeró?nych g?osów obojga p?ci. Trzecia (F. Choiselat) funkcjonuje na zasadzie kontrastu – z jednej strony rytm, melodia i bystry puzon, z drugiej rozwichrzone eksplozje werbalne, wszystko za? bogato zinstrumentalizowane. Czwarta (N.Taylor) startuje kameralistyk? akustycznych gitar, by po pewnym czasie napotka? ha?a?liwe symfoniczne interludia. Sam fina? tej akurat improwizacji jest wyj?tkowo dynamiczny, przynajmniej na tle pozosta?ych wydarze? spektaklu. Pocz?tek pi?tej opowie?ci (S.Corda) tak?e smakuje dobr? kameralistyk?, która p?ynnie przechodzi w rytualny taniec godowy z okrzykami i wrzaskami (mo?e tak?e publiczno?ci). Wreszcie fina? (F.Simoes) – triumfalny powrót elektroakustyki, przy wtórze nadpobudliwych d?ciaków, zadziornych strunowców i kolejnych rytualnych ?piewów, czynionych w asy?cie puzonu.

Mnóstwo intryguj?cych improwizacji nieco traci na warto?ci z uwagi na jako?? samej rejestracji koncertu. D?wi?k jest ma?o selektywny, niemal monofoniczny, a brzmienie ca?o?ci pozostawia wiele do ?yczenia. Bardzo szkoda. Trybuna Muzyki Spontanicznej (Andrzej Nowak)